Uma nova realidade, o mesmo objetivo:

manter a satisfação, produtividade e retenção nas equipas!

Nos últimos tempos, temos vindo a assistir a uma alteração profunda na forma como perspetivamos a nossa vida e o nosso trabalho.  A nível laboral, o teletrabalho tornou-se uma realidade cada vez mais presente e trouxe consigo um conjunto de novos, e interessantes, desafios que carecem de toda a nossa atenção e, mais do que isso, da nossa criatividade.

O paradigma tem sido de uma constante evolução e, consequente, mudança que nos leva a uma nova palavra de ordem: reinventar.

A verdade é que, se anteriormente o regime híbrido era uma realidade para algumas empresas, a pandemia veio obrigar grande parte das empresas a adotarem este regime e, desta forma, a reinventar-se neste sentido. Se, por um lado, esta nova realidade nos trouxe uma maior flexibilidade de horários e rentabilidade de tempo; mais autonomia na organização e planeamento das nossas tarefas; maior worklife balance; e a possibilidade de trabalhar num ambiente mais confortável. Por outro lado, revelou-se um desafio interessante a vários níveis, nomeadamente no que concerne ao espírito de equipa; engagement; e acompanhamento e follow-up dos colaboradores.

Desta forma, coloco a seguinte questão: o que podemos fazer para os que colaboradores se sintam igualmente integrados, envolvidos e satisfeitos dentro e fora do escritório? E é nesta fase que gostaria de voltar a relembrar a palavra de ordem: reinventar! Se houve algo que os últimos anos nos vieram mostrar foi que a capacidade de adaptação, resiliência e criatividade são os ingredientes-chave para ultrapassar, com sucesso, as grandes transformações que se impõem.

Existe a necessidade de revisitar os métodos de trabalho e ajustá-los, de ouvir os colaboradores e perceber o que continua a ser importante e o que veio perder alguma importância no meio de tanta transformação. Para além disto, agora – mais do que nunca – é necessário manter a união e o espírito de equipa.

E esta é uma responsabilidade de todos nós – colaboradores - ainda que com papéis diferentes. É importante que as organizações repensem métodos e ferramentas de trabalho de forma a conseguir proporcionar proximidade aos colaboradores; que as chefias reorganizem e readaptem os métodos de trabalho, tarefas, acompanhamento e convívio de equipa; e que os colaboradores contribuam com o seu feedback, sugestões de melhoria e espírito de colaboração.

As organizações enfrentam um grande desafio, mediante a nova realidade. E apesar de já se ter feito um longo caminho, há ainda muito mais para descobrir. É importante encarar a realidade de que, já pouco é como era: 100% presencial. Os colaboradores e candidatos cada vez mais valorizam o regime híbrido/full remote, e a necessidade das empresas se adaptarem ao mercado é uma constante realidade. Neste sentido, é essencial que se transformem os processos de atração de talento; que se redefinam processos de onboarding (virtuais ou híbridos); que se formem as chefias, para que estejam aptas para gerir as suas pessoas remotamente; que se disponibilizem as formações e/ou ferramentas que permitam aos colaboradores trabalhar neste regime; que se analisem KPI’s que permitam avaliar a taxa de satisfação e retenção; e que, periodicamente, se auscultem os colaboradores e se perceba quais os níveis de engagement e qual o caminho para obter sucesso neste sentido.

Não obstante, o papel dos líderes de equipas continua a ser fundamental no bem-estar dos seus colaboradores. É imperativo que, neste novo regime, se revisitem objetivos e metas e que se redefinam novas formas de concretização. E é crucial que se adaptem as boas práticas, de forma exímia e planeada, como por exemplo: reuniões periódicas com a equipa de forma a partilhar o trabalho; reuniões one on one com vista a obter e dar feedback aos seus colaboradores acerca do trabalho desenvolvido e dos próximos passos; abertura para dar e receber feedback de parte a parte; e, muito importante, transparência na comunicação, através de mensagens claras e objetivas, e confiança nos colaboradores, através de autonomia e delegação de tarefas. O objetivo é o mesmo de sempre: que o colaborador esteja ‘de corpo e alma’ no projeto, não só ‘de corpo’, e para isso é preciso que se sinta envolvido, ouvido e com um papel ativo nas suas funções.

Porém, não nos esqueçamos de que o “motor” das empresas são todas as pessoas que a representam, independentemente do cargo que ocupam. Neste sentido, cabe a todos nós a missão de compromisso em contribuir para que a nossa organização melhore significativamente com o passar do tempo. É, por isto, crítico que todos nós – colaboradores - sejamos transparentes no feedback que passamos para as nossas chefias e colegas; que tenhamos o pensamento crítico para acrescentar valor nos processos, procedimentos e modus operandi; que sejamos resilientes para ultrapassar as adversidades e encontrar novas formas de nos adaptarmos a diferentes realidades; que tenhamos em mente que as mudanças levam o seu tempo e que precisam da nossa confiança, empenho e dedicação; que sejamos curiosos para, proactivamente, contribuirmos com diferentes formas de fazer mais e melhor; e, por último mas não menos importante, que tenhamos a ousadia e criatividade de nos reinventarmos.

É, igualmente, importante não esquecermos que o espírito de equipa tem várias formas de ser mantido e sustentado. E - não obstante de tudo o que já foi dito até aqui – existem muitas outras alternativas para podermos aproximar as nossas pessoas e aumentar o espírito de entreajuda e companheirismo, tais como: reuniões de equipa com o objetivo de se conhecerem um pouco melhor, por exemplo, através de um jogo de perguntas e respostas;  realizar jogos virtuais entre a equipa, é sempre uma forma de descontrair e partilharem um momento de lazer; criar uma playlist de equipa em que cada um pode partilhar dar a conhecer os diferentes gostos; criar um grupo de equipa onde cada um pode partilhar as suas experiências e dificuldades; entre muitas outras ideias que, com alguma criatividade, poderão surpreender e satisfazer os elementos da equipa.

Em jeito de conclusão o facto é, a transformação que esta realidade nos veio trazer pode traduzir-se em resultados muito positivos se todos trabalharmos nesse sentido.
Sejamos ousados para conseguir tirar o melhor partido dos desafios impostos no nosso caminho!

Por Adriana Albuquerque

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29 Novembro 2022
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